Os 451 anos da Ilha e o incêndio do Museu Nacional – Iate Clube Jardim Guanabara

Os 451 anos da Ilha e o incêndio do Museu Nacional

Se você quer conhecer uma pessoa realmente, veja como ela trata os próprios pais
07/08/2018
Apenas duas palavras: muito obrigado!
06/05/2020

A nossa Ilha do Governador completa 451 anos nesse dia 5 de setembro. Vejam bem: 451 anos são mais de 164 mil dias.  São mais de 23.500 semanas. Não são 451 dias, são 451 anos!A história de nossa Ilha, segundo os historiadores, remonta aos fins do século XVI, quando Salvador Correia de Sá foi no­meado governador dessa capitania, onde instalou o primeiro engenho de toda a região da Baía de Guanabara. Bem mais tarde, em 1808, com a chegada da Família Im­perial ao Brasil, que fugia de Portugal, invadido pelo impe­rador francês Napoleão Bonaparte, a Ilha do Governador foi reservada como uma Coutada Real – para que Dom João VI e membros da corte participassem de caçadas. Bem, esses são registros históricos guardados por zelosos escritores, tão valiosos quanto ricos em detalhes, passados de gerações para gerações, ao longo dos séculos. Para que um povo e uma Nação tenham um futuro digno, é pre­ciso que, no presente, cultuem com rigor e valor o passado, pois no futuro isso será de uma valia inestimável.

É importante, é fundamental que festejemos o aniversário da nossa Ilha do Governador, como fazemos todos os anos. Mas também se torna impossível fazê-lo sem lançar um olhar de muita tristeza e procupação com essa recente tragédia que se abateu sobre o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Na ver­dade, um olhar de luto, de tristeza e de revolta. Por que uma tragédia desse quilate desabou sobre o Rio de Janeiro, sobre o Brasil? Esse museu – que antes se chamava Palácio Imperial de São Cristóvão – foi a residência oficial de Dom João VI, de Pedro I e de Pedro II. Ou seja: quantas e quantas vezes D. João VI não terá deixado seu palácio, o museu hoje incendiado, para vir caçar aqui na Ilha? Os mobiliários da época e outras valiosíssi­mas peças ali estavam guardados.

Toda essa memória virou pó, assim como fósseis humanos do mundo inteiro, esqueletos de dinossauros, vestes de indígenas brasileiros e de outros países, múmias egípcias… Só os meteoritos escaparam… Na verdade, 20 milhões de itens, cujo valor, cultural e financeiro, é impossível de ser calculado, foram dizimados em poucas horas. Não se trata de fazermos uma caça às bruxas, mas também não podemos deixar isso passar em branco. Responsabilidades têm de ser apuradas, até para que, nunca mais, algo parecido volte a acontecer, principalmente em qualquer prédio público. Nós, povo brasileiro, nos sentimos também em estado de luto, pelo horror que representou esse incêndio. Que nos sirva de lição!